sexta-feira, junho 03, 2005

A caminho da BiG Apple

Com o maior estilo fomos embarcar no aeroporto internacional de Fort Lauderdale, localizado a cerca de 30 minutos de Boca Raton. O trajeto foi triste, mas também havia a ansiedade da mudança. Além da limosine, nos acompanharam mais duas vans só para as bagagens tamanha a proporção de coisas que levavamos. Como previsto, todo esse volume acabou resultando em vários problemas no check in.
Num vôo doméstico pela companhia que viajamos aqui nos Estados Unidos é permitido duas bagagens de no máximo 50 libras, ou seja, mais ou menos 25 quilos cada uma, além da bagagem de mão.
Muitos de nós ultrapassamos o volume de peso resultando em altos malabarismos para se pagar o menos possível sobre o excesso. No meu caso, por exemplo, se eu tivesse que pagar o meu excesso de peso que era 25 libras, eu desenbolsaria nada mais que $80 doláres, ou seja, $20 dólares a menos do que eu paguei pela passagem. Já que com esse dinheiro eu poderia repor diversos itens que eu carregava na minha mala, no mesmo instante que fui informada sobre o preço, abri a minha mala e comecei a jogar divesos itens no lixo. Mesmo com todo o trabalho que levou alguns minutos, ainda excedi em 5 libras e o funcionário da companhia acabou deixando passar sem pagar nada.
Ufa, assim eu até deixei $5 dólares de gorjeta e economizei $75.
Entre os outros, alguns chegaram a pagar $25 dólares depois de muito rearranjarem as malas. Dos males, o prejuízo foi menor. Já no check in pessoal, a fila estava enorme e se tivéssemos que seguir o desenvolvimento dela, com certeza não conseguiríamos embarcar ao meio-dia. Assim, eis que surge um funcionário da companhia pedindo para quem fosse embarcar as 12h passasse
a frente dos demais.
Para passar no detector de metal há uma série de procedimentos que incluem tirar os casacos, os sapatos, os computadores lap tops das bolsas, chaves, brincos e similares. Depois disso, tudo se desenvolve conforme esperado para embarcar na aeronave.
Como o vôo foi daqueles mais baratos, a exemplo de uma companhia aérea brasileira que vende seus assentos a preços imbatíveis, a viagem de três horas foi sem alimentação e para comer era necessário pagar $8 dólares por um lanche, o que realmente não valia a pena e os que pagaram se arrependeram.
Ao desembarcarmos no aeroporto doméstico da cidade, o La Guardia, esperamos cerca de duas horas até duas vans virem nos pegar em frente do aeroporto. Um dos nossos colegas romenos teve uma das malas extraviadas, uma brasileira teve a dela rasgada e tínhamos idéia remota do que estaria por vir. Agora, nossa história na América continua, mas agora em Nova Iorque.

A hora da verdade

De LaGuardia até a nossa nova morada levou cerca de 40 minutos de van. Ao vermos a localização do clube e nossa moradia, o que era tristeza rapidamente virou depressão tamanha a disparidade com a nossa moradia anterior.
A partir de agora, estaremos localizados na minúscula cidade chamada Glen Head que faz parte de um conjunto de cidades minúsculas dentro da maior ilha e região de Nova Iorque.
Para entender melhor, a cidade de Nova Iorque é dividida em cinco distritos que incluem Queens, Bronx, Brooklyn, Manhattan e Staten Island. A principal e mais atraente ilha de Nova Iorque é Manhattan, porém, a maior é Long Island onde estamos agora. Long Island é a ilha que tem o maior número de pequenas cidades e para se chegar a Manhattan daqui, levamos cerca de 45 minutos a uma hora de trem, mas se quisermos utilizar a opção mais barata, em frente ao clube podemos pegar um ônibus que vai direto ao Queens e de lá um metrô direto para a Times Square, uma das áreas mais fascinantes de Manhattan, mas essa segunda opção leva cerca de duas horas. A diferença de preço é que de trêm se paga $6 mais $2 de ônibus até a estação de Great Neck. De ônibus direto até o Queens incluindo o metrô a viagem sai por $2 no total. Nada difícil, principalmente para as pessoas que moram em grandes cidades e estão acostumados a gastar horas e horas no trânsito.
Mas mesmo com toda essa facilidade de estar perto de onde tudo acontece nesse país, enfrentamos diveros problemas para adaptação, principalmente em se tratando de moradia. Nosso alojamento, também conhecido como “The Monkey House”, é tudo de pior que se pode imaginar especialmente para quem estava acostumado com o luxo que tínhamos no Coral Harbor em Boca Raton. Enquanto por lá tínhamos um super apartamento para quatro pessoas, dois quartos com banheiro, sendo um suíte, sala, cozinha, varanda e outras várias facilidades do condomínio conforme já citei em meus textos passados, aqui tudo é praticamente o oposto.
Uma casa estilo filme de terror americano dentro de um clube de golfe. Á noite tudo isso aqui vira um breo e se Hollywood sonha que essa casa existe, logo todos vocês ouviram falar de nós, tremendo o sucesso que faremos no cinema com a continuação de “A casa mal assombrada”.
Sujeira para todo lado, três andares cheio de quartos e um ou dois banheiro coletivo por andar. É praticamente um albergue da juventade, mas daqueles bem pobrezinhos, que são raros de encontrar. Nas minhas hospedagens em albergues em Washington, New Orleans, Rio de Janeiro e até mesmo aqui em Nova Iorque dois anos atrás, nunca vi nada igual. Dentre esses, o de New Orlands e o de New York são os mais desconfortáveis, contudo quando se fica em albergue, o período de tempo é curto e como se está viajando, só acaba retornando ao quarto para tomar banho e dormir, o que está longe de ser o nosso caso.
Teremos que passar cerca de cinco meses, nos apertando em quartos minúsculos, bringando por privacidade no banheiro e para que as pessoas mantenham a casa limpa, o que realmente não acontece e nem vai acontecer.
Há um telefone coletivo que sempre está ocupado, um computador com internet que logo após chegarmos aqui, depois de duas semanas quebrou. Além de todas essas dificuldades, há duas salas de tevê minúsculas que se todos resolverem ver TV ao mesmo tempo, nunca será possível.

Um comentário:

aLe disse...

Ha,ha,ha... vc esqueceu de citar o banheiro entupido...hehehe... também serviria de cenário ideal para a aparição do Gólgota (era esse o nome? Daquele monstro q vinha da merda?), do filme Dogma...hehee...
Tive a imensa felicidade de conhecer a casa da Vivis... ainda bem que foi à tardezinha, não? De noite só fiquei com medo do Chupa-cabra...hehe