quarta-feira, setembro 07, 2005


Uma das melhores coisas que o ser humano pode fazer na vida!!! Posted by Picasa

Paraquedas pronto para abrir.... Posted by Picasa

Curtindo a valer!!!! Posted by Picasa

Cruzando aos nuvens... Posted by Picasa

Apreciando... Posted by Picasa

Queda... Posted by Picasa

Expectativa... Posted by Picasa

Amigos pelo caminho...eles nos levaram ate la quando desembarcamos em Williamstown. Posted by Picasa

Um termo de responsabilidade inacabavel explicando os riscos...isso e o meio que eles dao boas vindas a todos!!! Posted by Picasa

A galera que caiu antes...durante a espera, aquele frio na barriga... Posted by Picasa

Certificado na mao...I did it!!! Posted by Picasa

Nos céus de New Jersey

A intensa primeira experiência de saltar de paraquedas

Ansiedade e frio na barriga são as sensações que qualquer pessoa, que está a ponto de se jogar de uma altura de quatro mil metros, consegue dizer ao contar o que sente nesse grande momento. Quando perguntei ao Pancake, instrutor de paraquedismo há sete anos, o que era o que eu estava fazendo, com sorriso maroto ele disse que depois do salto eu passaria mais de uma semana rindo à toa, tamanha a sensação.

Para garantir esse sentimento, não hesitei e logo estava eu presa ao colete cheio de ganchos de aço que é atachado ao colete do instrutor que carrega o paraquedas nas costas. Mas para chegar ao momento fatal, como tudo que gera muita ansiedade, a espera é fatal.

Minha companheira de aventura e eu atravessamos o estado de New Jersey quase inteiro e, logo depois de oito horas, estavamos saltando do ônibus que nos deixa as poucas quadras da escola de sensações. Williamstown é uma cidade pequena e quando desembarcamos, a primeira sensação foi a de que estávamos perdidas no meio do sertão americano. Muitos carros, sem muitos estabelecimentos comerciais e sem ninguém nas ruas, exceto por dois homens com um caminhão branco, parecido com aqueles de entregas que são sem portas e em forma de uma caixa, bastante usado aqui nos Estados Unidos e se você reparar verá nos filmes.

Aproveitando o encontro, perguntamos a eles onde é que ficava essa tal escola de sensação e tudo que tínhamos era o nome da rua, Dahlia Street (pronuncia-se Daláia) cuja pronuncia descobrimos com muito custo ao perguntar a motorista do ônibus que nos conduziu a parte final de nosso trajeto. Muito simpáticos, a dupla nos explicou como chegar até o local e poucos minutos de caminhada depois, eles nos pararam no meio do caminho nos oferecerendo carona até lá.

Saltando do caminhão, já observando o movimento e entrando na escola, a placa já avisa de antemão – AVISO: PARAQUEDISMO É UMA ATIVIDADE DE RISCO QUE PODE CAUSAR OU RESULTAR EM SÉRIO ACIDENTE OU MORTE. Você encararia?


Quem está na chuva....

Um bom grupo de aventureiros espera a sua hora e vez de cometer o que muitos chamam de loucura e até chegar ao momento (final?!?), é necessário assinar uma série de papéis e termos de responsabilidade para que o futuro paraquedista tenha plena consciência do risco que corre ao praticar o esporte. No final você até arrisca a refletir a razão de pagar para correr tanto risco.

Para expulsar a idéia de desistência, pergunto ao Pancake quantos acidentes ele havia visto durante seus muitos anos de prática e não fico muito contente quando descubro que acidentes acontecem mesmo, contudo, ele não entra em detalhes o que, ao invés de tranquilizar, assusta. No final de minhas interrogações, quero saber quantas pessoas sobem até lá e desistem de cair. A resposta é mais assustadora ainda quando ele olha pra mim e responde: “Durante meus anos de trabalho só vi duas pessoas desistirem na hora H”. Bom, se somente duas pessoas amarelaram eu já podia começar a chorar, pois iria ser vergonhoso ir até lá e não pular. Momento difícil, decisão mais do que tomada.

Somos chamadas para o treinamento e tudo que eles nos explicam é a necessidade de saltar com os braços cruzados ao peito até o instrutor liberar a abertura de nossas asas, e a importância de aterrizar com as pernas unidas e semiflexionadas para evitar fraturas. Explicação dada. Avante muchachas!


Crianças!!! As nuvens não são de algodão!!!


Sai o último grupo antes do nosso e vai batendo aquele desespero. Chegamos a escola por volta das três da tarde e já era quase cinco horas quando chegou a nossa vez. Todos seguem para o avião e os instrutores começam a checar nossos equipamentos de segurança. Mike toma a frente e começa a me arrumar até que um outro diz que ele saltaria com a Sandra ao invés de mim. Fico confusa porque previamente dois instrutores, incluindo ele, haviam se apresentados como meu companheiro de salto mas, sendo assim, espero a Jonathan que chega afobado e por último já que havia acabado de chegar no salto anterior. Resultado da história: todo mundo dentro do avião e eu entrei por último. E o que significa entrar por último no avião? Tudo o que ninguém queria...ser a primeira a saltar!

Jonathan me arruma, sobe no avião e vou logo em seguida. Paul entra também e é o responsável por meu video e fotos no ar. Ele grava algumas conversações e tenta me tranquilizar. Fico de frente para a porta transparente do avião e consigo ver tudo e não me conformo o quanto ele sobe. Tudo vai ficando longe, muito longe...

Pergunto a meu companheiro como será a queda e ele diz que na hora certa sentaríamos na porta do avião e nos jogaríamos. Fácil, né? Pensei: “Como vou ter conragem de sentar na porta do avião e me jogar?” Já havia concluído que talvez meu salto nem sairia, mas depois de uns 25 minutos voando, eis que meu camêraman abre a porta e faz um sinal mortal para meu instrutor, o primeiro.

Ele vai primeiro e num piscar de olhos meu instrutor me arrasta até a porta e nem tenho tempo de hesitar e sou jogada a quatro mil metro afora. O primeiro minuto de queda livre é tão brutal, e se cai numa velocidade que o mais perto da descrição que você possa entenderse, é que durante a queda você perde todo o medo anterior a ela e tem uma sensação tão boa não acreditando na imagem que você tem de cima.

Nesse um minuto de queda livre você não pensa em nada e a única sensação assustadora acontece quando o paraquedas é aberto e devido ao tranco bem forte, sente - se por um instante que você foi solto do instrutor e continuará caindo, mas em questão de segundos, é uma paz, um silêncio e resta apreciar a vista e o vôo.

Rindo à toa, admirada com tanta beleza, essa é uma das melhores e mais inexplicáveis sensações que um indivíduo pode ter. No final, lágrimas saltam de meus olhos como se quisessem sentir pelo menos parte do que eu senti quando saltei daquele avião.


E quando o paraquedas não abriu...

Com certeza você já deve ter ouvido história de paraquedas e muitas pessoas já devem ter lhe dito que quando se pula de paraquedas, além do principal há o reserva. É bom você não ter dúvidas que isso acontece e quando for a sua vez rezar para que o paraquedas reserva funcione muito bem, pois foi isso que aconteceu com minha companheira de aventuras, Sandra Higashi.
A última a saltar do meu grupo, tudo estava correndo bem quando logo após a primeira tentativa de abrir o paraquedas, ele saiu embolado. Mike, seu instrutor, e aquele mesmo que pensava que iria comigo, pediu para que ela se preparasse pois talvez teriam que abrir o paraquedas reservas.
Segundo ela, tudo corria bem até logo depois da abertura do equipamento quando ele começou a assobiar para os companheiros que estavam por perto. A partir disso, ele a avisou e pediu para que ela segurasse um cabo com precisão. Já um pouco assustada, com tranquilidade ele perguntou se ela estaria preparada para o corte do primeiro paraquedas. Resposta afirmativa, ele cortou e os dois passaram novamente por alguns segundos de queda livre até que o paraquedas reserva fosse aberto.
A partir desse pequeno incidente, tudo percorreu normalmente e quando ela perguntou a Mike a estatística de falha do primeiro paraquedas, ele respondeu que isso acontece na proporção de 1 para 1000.
Para o primeiro pulo, Sandra passou por dose dupla de adrenalina e realmente provou aos paraquedistas de plantão que acidentes realmente acontece e tomar as devidas precauções nunca é demais. Depois do susto, Mike anunciava a todos, “Mal function”, ou seja, queda com falhas... corrigíveis, felizmente!