segunda-feira, maio 16, 2005

E o futuro continua nos Estados Unidos...

Quando viemos trabalhar no clube de golfe em Boca Raton, todos assinamos um contrato temporário que acabaria em 31 de maio. Para muitas pessoas esse tempo acabou, pra outras está acabando e para outras ainda, o contrato de trabalho se prorrogará por mais dois anos.
Eis que chegou o momento e agora vou contar como foram as primeiras despedidas depois de quase seis meses alucinante de trabalho, festas, grandes amizades e até mesmo inimizades.
Algumas poucas pessoas bem antes dessa reta final abandonaram ou foram convidadas a abandonar o clube. As que abandonaram o fizeram por razões diversas entre a de não suportar a pressão entre os muitos momentos difícies que passamos. Outras foram despedidas do clube por distintos motivos e também problemas de adaptação. Houve aquelas que abandonaram o clube de uma hora pra outra pois ficaram estafadas e resolveram voltar a seus países de origem.
De qualquer forma, a grande maioria suporta ou pôde surportar as diversas dificuldades que acontecem especialmente quando se está morando fora de seu país de origem, longe da família e dos amigos. Esses em sua maioria vieram preparados para o que iria enfrentar e com a intenção de prolongar a estada aqui nos Estados Unidos e grande parte conseguiu ou está no caminho. Quer saber como? Senta que lá vem a história.



É o segundo ano que o clube contrata mão-de-obra internacional. Na primeira vez, eles contrataram a maioria de seus empregados internacionais da África do Sul, o que aconteceu esse ano, porém em menor quantidade.
Após a primeira iniciativa de contratar internacionais temporários eles começaram a efetivar por dois anos parte daqueles que melhor se adaptaram a empresa. Esse ano, a pratica de contratar os internacionais por mais dois anos continua e durante nosso período de trabalho, alguns foram convidados a prolongar o visto de trabalho e continuar na empresa.
Como a empresa não pode contratar a todos porque na baixa temporada não há tanto trabalho assim, e eles tem um número limitado de contratação de estrangeiros, outros dez empregados (no qual me incluo) foram convidados a prolongar o visto como trainee num clube de golfe em Nova Iorque, no qual eles tem contato. Sendo assim, esse grupo que viria e já está em Nova Iorque vai trabalhar no norte durante o verão e depois já tem vaga garantida para regressar a empresa assim que a temporada começar por lá, ou seja, no mês de outubro.
Os que não vieram a Nova Iorque ou foram efetivados receberam o convite para retornar ao clube em outubro depois de passar alguns meses no Brasil ou trabalhando em outra companhia americana. Dessa maneira, todos foram encaminhados e amparados pela a empresa que nos trouxe aqui para os Estados Unidos. Mas a pior parte ainda estava por vir...a separação dos amigos.


A separação
Em toda separação valorizamos tudo de bom que passamos naquele determinado momento com as pessoas que gostamos. Depois de quase seis meses de ralação e muita diversão juntos, eis que chegou a hora de dizer adeus.
A empresa começou a cuidar de nossa papelada mais ou menos um mês antes de nossa mudança e estávamos a cada dia mais anciosos para saber detalhes da mudança sem nos darmos conta da separação, quando de repente, duas semanas antes da mudança fomos informados que deveríamos comprar nossas passagens que mudaríamos no dia 27 de abril.
As coisas começaram a acontecer às pressas como antes de vir do Brasil pra cá. Passagens, arrumar malas, preparar os últimos detalhes antes da mudança e se separar dos amigos.
Uma onda de tristeza e alegria tomou conta de todos nós. Alegria porque viríamos para Nova Iorque, mudararíamos de local de trabalho, conheceríamos outros ambientes e pessoas. Tristeza porque nossos amigos não iriam com a gente, apesar de estarmos vindo em um bom número de pessoas sendo sete brasileiros e três romenos. No fundo era bom saber que entre os brasileiros, todos nós éramos muito ligados e não teríamos problemas de convivência, mas e os outros que ficavam?
Muitos choraram e expressaram seus sentimentos dias antes e no dia D principalmente. Uma onda de frio no estômago devastou o Coral Harbor e fizemos nossas últimas festas que iniciaram-se dias antes com o super aniversário de nossa amiga cantora, a Janaína.
Na noite antes da partida, muitos não dormiram e o dia da viagem amanheceu chuvoso. Nos despedimos aos prantos e nem o fato de irmos para o aeroporto de Fort Launderdale de limosine nos animou. Deixamos parte de nossos corações em Boca e reconhecemos o quanto vivemos mágicos momentos por lá. Mas vida de viajante é sempre assim...muitos vem e vão mas sempre ficam na memória e no coração.
Deixamos Boca Raton um dia antes do churrasco que marcou o final da temporada e, infelizmente não pudemos participar dessa grande festa final proporcionada pelo clube. A festa final ficou marcada pela música New York do Frank Sinastra, quando todos se juntaram e cantaram a saudade dos que vieram para a capital do mundo.

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