sábado, fevereiro 12, 2005

O modo de vida do americano rico

Do I have to change my name?
This type of modern life - Is it for me?This type of modern life - Is it for free?American lifeI live the american dreamYou are the best thing I've seen,You are not just a dream
Do you think I'm satisfied? (Madonna)

Vou começar meu texto com trechos recortados da música da Madonna para uma pequena reflexão...Para aqueles que estão me escrevendo dizendo que eu devo contar mais sobre o que anda acontecendo por aqui, aguardem que pretendo aumentar a frequência dos boletins, mas claro, sem perder o suspense e o gostinho de quero mais....Beijos!


E esse tal de Broken Sound?

No meu penúltimo texto vocês se lembram que eu utilizei o termo modesto condomínio para o Coral Harbor (condomínio onde moramos) e disse que iriam entender a modéstia. Pois bem, hoje eu vou contar o que raios é esse tal de Broken Sound.
Para começar, imaginem o condomínio de luxo, Alphaville, cheio de mansões, com enormes campos de golf, quadras de tênis, lagos, spa e dois restaurantes grandes e de luxo. É...dentro da área do Broken Sound Club há vários condomínios de casas requintadíssimas e todas (ou quase todas elas) são de veraneio. Pouco rica essa gente, não?
A área do clube é enorme e as pessoas que moram dentro dele são os associados que em sua maioria vivem em outros estados no verão daqui e no inverno, ou seja, essa época, eles vem pra cá fugir do frio e em busca de horas a fio jogando o esporte mais popular do clube, o golf.
A maioria das pessoas, eu quero dizer 99,99 por cento são de americanos cheios da grana e aposentado (imagino), e para o espanto ou não, já encontrei pelo menos três brasileiros que fazem parte do grupo de membros do clube.
Desculpe a comparação, mas salvo raríssimas exceções é muito fácil se sentir num abrigo para idosos por aqui. Jovens dificilmente aparecem por aqui, exceto as crianças, que em pequeno número fazem parte do grupo de netos dos membros.
Os membros pagam uma anuidade de cerca de 90.000 dólares para participar das atividades que o clube oferece. Assim, eles garatem o direito de ir e vir na sede e demais facilidades que o clube oferece.


A alta estação no Broken Sound
Além das práticas esportivas, nessa época que vai de novembro ao final de maio, é que as coisas acontecem aqui no clube. Milhares de velhinhos milionários desembarcam em suas casinhas e começa a temporada de golf, tênis e afins. Assim, enquanto passamos horas a fio trabalhando, os membros passam horas fazendo diversas atividades que chegamos a conclusão que a menos que ganhássemos na loteria, faríamos um dia na vida. Isso quer dizer que mesmo que todo o dinheiro que qualquer um de nós ganharmos por toda a vida sem gastar um tostão ajudaria.
Mas as festas e os jantares são proporcionadas pelo importantíssimo departamento de Food and beverages ou traduzindo, o de comida e bebidas. Esse departamento, no qual eu trabalho, proporciona a maiores baladas alimentícias pra velhinhos americanos ricos cheios de frescura.
Na festa do reveillón quando todos os funcionários de quase todos os departamentos do clube se juntaram para proporcionar alegria a nossos membros e convidados (cerca de 1500 pessoas), no coquetél inicial eu vi tanta jóia que senti uma funcionária da H. Stern. Tinha uns vestidos que nem se eu trabalhar um mês sem descanço eu conseguiria pagar...o negócio é impressionante. Até comi a sobra de caviar, petisco que até então, como diz o mestre do pagode, o Zeca Pagodinho, “num vi, nem comi eu só ouço falar”.
Depois disso, cheguei a conclusão que me tornei uma pobre com etiqueta. Até aprendi pra que serve tanto talher e diferente tipo de copos numa mesa só. Se um dia (sonhar não custa nada) eu chegar a esse nível, feio eu não faço não. É ...tem muito emergente ai do clube que nem sabe comer com tanto garfo e faca junto.
Praticamente todo jantar-festa é assim. Essa gente rica com roupas caríssimas (o que muitas vezes é muito cafona), jóias de todo quanto é tipo e tamanho (já até vi uma mulher com sapato de prata), falar futilidades e muitas vezes encher o saco dos pobres garçons e garçonetes. O mais impressionate é que são sempre as mesmas pessoas, ou seja, os membros do clube que entre uma coisa e outra não saem daqui.

Como às vezes há almoço, jantar e festas, podemos encontrar o mesmo membro nas mais diversas refeições no mesmo dia. Agora respondam-me? Vocês acham que ricos tem o que fazer?
Bom por hoje é só...logo, logo volto escrever e vou contar da rotina de de nós simples mortais.
Vivis Oliveira

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