quarta-feira, agosto 24, 2005

A noite em New York City

Essa cidade sofre de insônia crônica

Como toda moradora que se preza, mesmo sendo moradora temporária, a leitura do Jornal New York Times é de lei, já que um jornal é um bom meio de se conhecer um pouco de povo e do lugar que se está.

Dentre as minhas leituras diárias, sem utilizar-me de dados ou estatística, percebi que Nova Iorque poderia ser sim considerada uma cidade violenta pois, a exemplo dos jornais brasileiros, no caderno da cidade leio notícias de crimes com uma certa frequência. É claro que nada comparado a violência que encontramos nos jornais e nas grandes cidades brasileiras mas, por exemplo, o número de policiais que encontramos nas ruas de Manhattan e milhares de vezes maior do que podemos encontrar nas ruas do Rio de Janeiro, até mesmo por conta do medo de ataque terroristas, o que triplicou depois do último atentado em Londres.

Mesmo com toda essa pressão, me sinto muito mais segura andando pelas madrugadas de Nova Iorque do que qualquer outra cidade que já estive. É claro que isso pode ser tolice, pois corremos riscos na maioria das cidades grandes, mas a grande maçã tem o seu mérito. Meses atrás e ainda no Brasil, enquanto circulava à pé pelas ruas de bairros turísticos do Rio em busca de diversão com um grupo de amigos, jamais encontrei a quantidade imensa de pessoas caminhando para festas, passeando com cachorros, trabalhando como podemos ver por aqui em Manhattan.

Em plena meia-noite, independente do dia da semana, lugares como o Times Square ficam abarrotados de gente e é impressionante constatar que realmente essa cidade não dorme. Os táxis amarelinhos circulam por todo lado, com paciência de espera há metrô pelas madrugadas e a caminhada é um dos exercícios mais praticados por aqui, mesmo altas horas da noite.

O mais impressionante ainda é que há tanta coisa pra fazer que pode-se passar a noite inteira de bar em bar, clube em clube. O Greenwich Village é a região universitária de Manhattan. Milhares de bares se amontoam nas ruas movimentadas do local e pode-se passar a noite pulando de galho em galho de diferentes estilos. Há também as regiões próxima a 10 e 11 Avenida com as ruas 25 e 30 onde se pode encontrar uma boa concentração de discos, inclusive a PM que funciona às terças-feiras e não custa nada pra entrar o que necessariamente não quer dizer que não vá gastar dinheiro. Em lugares como esse clube, paga-se cerca de U$ 8 por uma cerveja long neck e os drinks são todos acima de U$10. Por isso, para sair nessa cidade cheia de charme há que se reserva uma boa quantia de dólares.

Mas isso é só o começo! Há tanta coisa para ver e fazer que pra começar teria que passar um mês estudando os guias turísticos da cidade e só aí então sair pra luta. Isso é importante porque em todas as vezes que nos atrevemos a devastar a ilha sem informações precisas, passamos horas de taxi em taxi e porta de clubes a porta de clubes até nos encontrarmos, inclusive na última noite de 4 de julho, dia da independência americana.

Nesse dia, as ruas de Manhattan estavam tomadas de gente e policiais e me senti em pleno reveillón no Rio de Janeiro tamanha a beleza dos fogos e número de pessoas caminhando pelas ruas. Nessa noite de feriado, para diversão nos restou caminhar de bar em bar que por sinal, andavam um pouco vazios. Coisas de feriado!

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